
Vida ativa e saudável começa na escola
Projeto de lei cria política de atenção à obesidade infantojuvenil, com parceria entre as áreas da Educação e Saúde
Quando criança, morei perto da Eseffego (Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia) e ali, naquela sede maravilhosa da Avenida Anhanguera, tive a oportunidade de ser treinada, como mascote, pelos estudantes da instituição. Hoje, entendo que o esporte transformou minha vida.
Praticar atividades físicas desde cedo me ensinou disciplina, trabalho em equipe, competitividade e a importância de manter um estilo de vida saudável. O impacto positivo dessas memórias me inspirou a apresentar, logo nos primeiros dias desse novo mandato como vereadora, o projeto de lei que cria a Política Municipal de Atenção à Obesidade Infantil e Adolescente em Goiânia.
Como médica-pediatra, tenho observado que a obesidade infantil se tornou uma emergência de saúde pública global, com altos índices em Goiânia, levando a doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares. Fatores locais, como alimentação inadequada, sedentarismo e falta de políticas públicas efetivas, agravam o cenário.
Nosso projeto propõe ações integradas nas escolas, que são fundamentais na formação de hábitos saudáveis. A política prevê avaliação nutricional periódica dos estudantes, capacitação de professores e regulamentação da merenda escolar para incluir mais alimentos naturais. Também é essencial promover atividades físicas e implementar hortas escolares, conectando os alunos à produção de alimentos saudáveis.
Os benefícios desta política são vastos e vão além da saúde. Reduzir a obesidade infantil significa diminuir custos futuros com saúde, melhorar o desempenho acadêmico e estimular a economia local ao incentivar o consumo de alimentos frescos da agricultura familiar. Além disso, promove cidadania e qualidade de vida.
A ausência de políticas públicas estruturadas compromete a qualidade de vida das crianças e sobrecarrega o sistema de saúde. O aumento no número de doenças crônicas relacionadas à obesidade está diretamente ligado ao sedentarismo e à má alimentação desde a infância. Portanto, a implementação desta política é essencial para combater esse problema de forma eficaz e duradoura.
Além disso, precisamos lembrar que a obesidade infantil afeta a autoestima das crianças, resultando em problemas psicológicos que podem se estender até a vida adulta. A inclusão de atividades físicas regulares nas escolas pode ajudar a combater não apenas o excesso de peso, mas também a melhorar a saúde mental e social das crianças e adolescentes.
A colaboração entre a Secretaria Municipal de Educação (SME) e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vai garantir uma abordagem intersetorial, essencial para enfrentar a obesidade infantil de maneira eficaz. A união dessas secretarias permitirá ações coordenadas que vão desde a educação nutricional até o atendimento psicológico, garantindo um suporte integral às crianças e adolescentes.
É hora de agirmos para proporcionar um futuro mais saudável às nossas crianças. A Câmara Municipal, a Prefeitura e a comunidade precisam estar unidas nesse projeto. Juntos, podemos transformar vidas, promovendo um ambiente escolar mais saudável e uma sociedade mais consciente sobre a importância de uma vida ativa e bem equilibrada. Aprovar esta política é garantir um futuro mais saudável e pleno para as próximas gerações.
ROSE CRUVINEL é médica-pediatra e vereadora em Goiânia pelo União Brasil